Como
DeWitt, Andrew Carnegie, fomentou de maneira sólida e com
convicção, o que ficou conhecido como o "sonho
americano"; Carnegie, um dos homens mais ricos do mundo,
com a sua publicada filosofia da filantropia, na qual declarava
que um empreendedor só seria bem sucedido se acumulasse riqueza
para, em seguida, redistribuí-la; doou cerca de 56 milhões de dólares
para a construção de mais de duas mil e quinhentas Bibliotecas
Públicas Carnegie, nos Estados Unidos e em vários países de
língua inglesa.
Por mais paradoxal que pareça, após atingir o ápice da
fama e fortuna, almejava, com absoluta sinceridade, morrer
pobre. Com o mesmo denodo que amealhou uma imensa fortuna,
passou a reparti-la. Abominando qualquer tipo de violência,
principalmente guerras ou revoluções, fundou uma sociedade em
prol da paz, construindo o Templo da Paz em The Hague, na
Holanda.
Mesmo tendo freqüentado pouco a escola, apenas cinco anos,
com uma irrestrita convicção, fundou institutos, tanto em
Pittsburg como em Washington, capital do país; também
contribuiu para universidades e colégios, doou órgãos a
igrejas, prêmios para atos de bravura em tempo de paz,
pensionatos, e proporcionou-nos, para proteção da
civilização, a Fundação Carnegie.
Ao morrer, em 19 de agosto de 1919, uma terça feira, um
vencedor, um inquebrantável realizador, ou como queiram, um
empreendedor, de uma maneira poética, deixou de realizar apenas
dois sonhos: não ver a paz mundial estabelecida e, o mais
surpreendente, não morrer pobre, pois os seus bens, apesar de
todos os atos humanitários, desse verdadeiro benemérito, na
época, foram avaliados em aproximadamente vinte e dois milhões
de dólares. Embora, reconhecidamente um grande gênio e
um especialista na arte da administração de grandes
empreendimentos, muito insistiu para que fosse escrito no seu
tumulo:
"Aqui jaz
um homem que soube cercar-se de pessoas muito mais hábeis
do que ele" |
O INÍCIO DE TUDO (COMEÇA NA
INGLATERRA, A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL)
Até à invenção da fiandeira e do
tear mecânico, praticamente o início da revolução
industrial, a arte dos tecidos se manteve fiel as suas origens,
ou seja, técnicas primitivas advindas da chamada
pré-história.
Porém, em 1700, na Inglaterra, foi
estabelecida uma lei proibindo que as pessoas vestissem roupas
de tecidos provenientes do exterior; particularmente as
mulheres, na ocasião, quando não cumpriam as determinações
legais, eram presas e, quando não, arriscando-se, enfrentavam a
turba dos enfurecidos operários da lã que, atiravam-se em cima
delas, a fim de simplesmente lhes tirar do corpo, o famigerado
produto estrangeiro. Paulatinamente, como o governo queria, as
mulheres passaram a vestir-se de tecidos estampados de algodão,
paralisando assim, quase que por completo, a importação.
Nesse
ínterim, em Dunfermline, a antiga capital da Escócia, condado
de Fife, não tão distante do golfo de Forth, fôra uma cidade
muito próspera, principalmente na confecção dos finíssimos
tecidos manufaturados pelos seus artesãos , afamados também
além dos seus limites. Infelizmente, a substituição do
trabalho tipicamente manual, pelos teares movidos a vapor,
arruinou muitas famílias, sendo uma delas os Carnegies;
em vista disso, a família resolveu
emigrar, em 1848, para Pittsburgh,
na Pennsylvania, onde já possuíam alguns parentes.
Henry Hudson (Holandes) descobriu a
área (Pennsylvania) em 1609 e os Suecos colonizaram a Ilha
Tinicum em 1643. Pennsylvania foi assim chamada em honra de
William Penn e foi admitida para a União como o segundo Estado
em 1787. O apelido para Pennsylvania é "The Keystone
State".
Instalados em Pittsburgh, a idéia dos
Carnegies era a de montar teares, porém, a procura por roupas
tecidas a mão era praticamente nula, o que resultou que
praticamente estavam em piores condições do que na Escócia; o
que salvou de passarem fome foi a destreza da Sra. Carnegie, na
confecção de sapatos, aprendido como oficio do seu pai.
Consta
que a situação econômica da família e a do próprio Andrew
começou a melhorar quando, aos treze anos, conseguiu emprego
num moinho de beneficiamento do algodão, como ilustra a figura
ao lado, operada também por um garoto. Como podemos imaginar, o
trabalho era duro; a jornada era de 12 horas, recebendo por
semana um dólar e vinte centavos, tendo sido aumentado em
oitenta centavos quando ficou encarregado em acender a fornalha
e de monitorar uma máquina a vapor.
CREDIT:
Hines, Lewis Wickes. "Boy sweeper, wearing knickers,
standing alongside carding machine in Lincoln Cotton Mills,
Evansville, Indiana." October 1908. National Child Labor
Committee Collection, Prints and Photographs Division, Library
of Congress.
 Garoto
vivaz, sempre a procura de novidades para melhoria de vida,
ficou sabendo que o telegrafo local estava recrutando
mensageiros, com o ordenado de dois dólares e meio,
candidatou-se a vaga e foi contratado. Consta que, embora bem
visto pelos seus superiores, não era nada popular entre os seus
pares, em virtude de freqüentemente suplantá-los em cotas
provenientes das entregas fora dos limites da cidade, onde
ganhavam pagamentos extras e, de não esbanjar o dinheiro extra
ganho com as gorjetas.
CREDIT:
Hine, Lewis Wickes. "Four A.D.T. messenger boys, with
bicycles, Indianapolis, Indiana." August 1908. National
Child Labor Committee Collection, Prints and Photographs
Division, Library of Congress.
Felizmente, prevaleceu a justiça em detrimento da má
prática, da maneira errônea de julgar um colega pela sua
determinação no trabalho; Andrew foi promovido a operador de
telegrafo, ganhando 5 dólares por semana.
Carnegie não gastava com distrações; nos seus raros
momentos de folga, passava lendo em uma biblioteca particular de
um figurão da cidade de Pittsburgh.
Naquele tempo, a telegrafia era, guardando-se as devidas
proporções, o que a informática representa hoje; desejoso de
aprender mais e mais os segredos da telegrafia, chegava todos os
dias mais cedo para praticar; sendo que, com a idade de
dezessete anos, já podia considerar-se um exímio operador;
como resultante, operava com freqüência, mensagens para Thomas
A. Scott, nada mais nada menos do que, superintendente da
Divisão de Pittsburgh da Estrada de Ferro Pensilvânia.
Impressionado com a capacidade profissional de Andrew
Carnegie,em 1853, Scott contratou-o, com um salário de 35
dólares por mês, como seu telegrafista particular; sete anos
mais tarde, em virtude da promoção de Scott, para a vice-presidência
da estrada, Andrew o substituiu no cargo, com o
alto salário de 125 dólares mensais.
Aprendendo com Scott os segredos do mercado de ações,
Andrew passou a investir as suas economias em vários
empreendimentos, tendo porém, obtido resultados palpáveis
quando teve um encontro casual com T.T. Woodruf; na oportunidade,
ficou conhecendo os planos dele para incrementar as estradas de
ferro com carros dormitórios e, aproveitando, foi o
intermediário do estabelecimento de uma união entre Woodruf e
George Pullman, aliás, também fabricante de carros-dormitórios.

|
Isabella
Pullman- 1890 |
Em retribuição, pelo apoio dado ao empreendedor Woodruf e a
sua idéia, Carnegie adquiriu o direito de comprar uma cota
acionária; tomou dinheiro para tal fim, e, com o passar do tempo,
tornou-se o maior acionista da empresa.
Não resta a menor dúvida de que Carnegie gostou da coisa; com
o seu prestigio e habilidade em vislumbrar grandes oportunidades,
também com dinheiro emprestado, adquiriu a quinta parte da
Companhia de Pontes Keystone, cujos resultados foram altamente
compensadores, principalmente depois que a Keystone substituiu
velhas pontes de madeira por estruturas de aço e, em lugares mal
servidos por embarcações, obsoletas e perigosas para a
população, construiu belas e seguras pontes de aço.
A realidade é que Carnegie parecia ter o "Toque de
Midas", com raríssimas exceções, todos os seus
investimentos eram rentáveis; afirmam os seus mais confiáveis biógrafos,
de que Carnegie tinha uma habilidade especial, marca registrada de
todos os grandes empreendedores: sabia escolher os sócios e os
operacionais que se ajustavam perfeitamente em cada um dos casos.
Conhecia como ninguém, as sutilezas intrínsecas do ser
humano, e, bem mais tarde, quando já era um verdadeiro mito,
admitiu essa destreza, afirmando mais ou menos o seguinte:
"Não
sabia nada, ou apenas superficialmente, de máquinas,
porém, procurava com intensidade, conhecer essa peça
mecânica muito mais complexa: o homem " |
Afirmam os entendidos no assunto, que o verdadeiro líder
desabrocha muito cedo, e, com Carnegie a escrita foi mantida;
quando pequeno, ainda na sua terra natal, Dunfermline,
Escócia, quando necessitava de capim para alimentar os
seus belos coelhos, amiguinhos, de forma espontânea, faziam
isso para ele, esperando que a reciprocidade fosse mantida, ou
seja, ter a honra de verificar que os seus nomes seriam
solenemente dados aos bichinhos.
Além da habilidade nata em conhecer o
ser humano, sabia que para delegar bem, tinha que ter o controle
absoluto da situação, conhecer cada detalhe do seu
empreendimento; dizia
"Acredito que ao
colocar todos os meus ovos numa cesta e fiscalizando-a
devidamente, as vantagens obtidas serão inúmeras"
Na longa trajetória de vida dessa
personalidade exponencial, natural que inúmeras façanhas sejam
divulgadas, principalmente aos jovens para servir de estimulo;
dentre elas, "pinçamos" uma que materializa de forma
substancial, como Carnegie, priorizava a organização e a
administração profissional.
Ao obter o controle absoluto de uma usina
de aço, constatou com veemente indignação que a mesma, além de
não possuir os controles operacionais básicos, não mantinha um
sistema de contabilidade, ou seja, controlava apenas as entradas e
saídas financeiras de maneira simplista. Sistema de Custo ? Nem
pensar!
A grande realidade é que ninguém na
empresa conhecia efetivamente quanto custava cada produto e,
evidentemente, qual seria a margem de contribuição individual;
não havia uma política de atribuições funcionais dos
empregados, não conheciam o peso especifico dos minérios
recebidos, possibilitando assim, fraudes nos recebimentos dessas
matérias primas, ou descontroles na sua efetiva utilização.
Como ilustração, vejamos o exemplo do carvão vegetal ( a
terminologia química reserva o nome de carvão vegetal a um
produto artificial, que é o resíduo da combustão da madeira,
onde o carbono aparece na proporção de 50%; o carvão vegetal é
obtido pela queima de madeira a uma temperatura superior a 400°C,
deixando como resíduo um carvão que mantém a forma e a
estrutura da madeira, e é constituído quase inteiramente de
carbono.), uma matéria prima muito utilizado nesse tipo de
indústria. Quando o fornecimento é idôneo, a compra bem feita,
o armazenamento desse material, pelas dimensões do estoque, são
depositados ao ar livre e, evidentemente sujeitos as intempéries.
Com as constantes requisições dessa matéria prima ao
setor produtivo, na prática, são estabelecidas pesagens padrões
que dimensionam o consumo periódico para esse item;
principalmente pela chuva e o conseqüente acumulo da água, o
volume desses estoques cresce muito, e, o procedimento dos
inventários físicos periódicos, transformam-se em ferramentas
extremamente úteis ao controle efetivo do consumo; geralmente no
processo de inventário, usa-se de um mecanismo geométrico,
guardando-se as devidas proporções, muito eficiente: a cubagem
do estoque, auxiliada diretamente pela utilização do peso
especifico do carvão vegetal.
Por outro lado, já no processo de produção, a perda pela
fusão nas reações químicas efetuadas nos cadinhos e fornos,
praticamente eliminando todo o oxigênio contido, reduzindo
drasticamente o seu peso, representa um fator preponderante no
controle físico dos produtos.
Enfim, na apuração dos insumos, um preciso ideal, na
aferição dos custos diretos e indiretos de fabricação, em
qualquer industria é básico, em uma usina de aço é
fundamental.
Carnegie, assumindo diretamente o processo de reformulação
administrativa, tomou medidas vigorosas que, já no decorrer de
alguns dias, puderam sentir a efetiva transformação; além de
montar uma fundição de ferro, contratou especialistas,
principalmente para a administração e contabilidade e, na
produção, um químico para supervisionar a separação do
minério do enxofre e fósforo nocivos - a bem da verdade, o
pioneiro a ser encarregado de tal procedimento.
Embora gostando imensamente do que fazia na usina, seu espírito
empreendedor conduzia-o para outras plagas, principalmente para um
novo nicho, a emergente indústria do petróleo; não se sabe ao
certo, porém, por alguns milhares de dólares teve ao seu dispor,
a opção de uma gleba nas cercanias de Oil Creek, um investimento
altamente lucrativo, calculado aproximadamente em cinco milhões
de dólares.
Movido pela intuição, o como apregoavam os mais chegados,
pela sorte, em março de 1865, Carnegie demite-se da Estrada Pennsylvania,
apesar da insistência de Scott em oferecer-lhe o alto posto de Superintendente
Geral; como argumento, o grande empreendedor alegou que era
imperioso que centralizasse todas as suas energias aos seus
inúmeros investimentos, caso contrário, com a divisão de
tarefas tão transcendentais, poderia de alguma forma prejudicar a
Estrada Pennsylvania.
A história veio a confirmar que a sua
decisão foi acertada, pois além de evitar conflitos de
interesses, saiu de um núcleo de grandes convulsões sociais,
advindas do fim da guerra e a formação de greves na indústria
do aço que assolou todo o país, evitando a falência e, por mais
paradoxal que pareça, a sua fortuna cresceu consideravelmente.
Intuição, sorte, ou seja lá o que foi,
o que devemos acrescentar é que Andrew Carnegie era um homem
além de habilidoso no trato com as pessoas, lia muito e, o mais
importante, procurava ficar a par de tudo que fosse novidade,
principalmente àquelas que de alguma forma afetavam diretamente
os seus negócios; nesse ínterim, tomou conhecimento de um
laminador produtor de chapas de aço de várias bitolas, com as
extremidades aparadas, tendo a firme convicção de sua utilidade.
Com a rapidez que lhe era peculiar,
providenciou a construção de um, o qual expandiu sensivelmente a
produção, aumentando assim o volume de negócios, porém, na
parte da comercialização,para colocação da novidade,
não confiou na equipe de vendas que tinha. Com a sua grande experiência
no ramo ferroviário, fez projeções das tendências mercadológicas
ferroviárias, e pessoalmente cuidou da aproximação com os
principais Chefes de Compras das ferrovias.
Em 1867, seguindo a tendência dos grandes lideres
empreendedores, transfere-se para Nova Iorque, ficando
próximo do chamado mundo financeiro e das principais matrizes das
estradas de ferro.
Para que os Amigos do "Pridie Kalendas" saibam da
potencialidade das chamadas estradas de ferro nos Estados Unidos
da América, em 1830, a extensão aproximada era de 37 quilômetros,
em 1840 cresceu para 4.518, em 1860, 78.841 quilômetros, e em
1865, 90.322 quilômetros. No ano de 1916, considerado pelos
especialistas como o "pico" do desenvolvimento das
estradas de ferro no Estados Unidos, atingiam a incrível
extensão de 408.686 quilômetros; em 1920, mais de 2.000.000
trabalhavam para as estradas de ferro e, quase toda família na
América tinha um pai, um irmão, tio, ou sobrinha trabalhando no
sistema.
MALHA FERROVIARIA NOS EU EM 1890- (FONTE) |

|
Andrew Carnegie, por volta de 1870, ainda
na "flor da idade", como se costuma dizer, possuía uma
renda anual de aproximadamente cinqüenta mil dólares, podendo se quisesse,
exercer uma precoce aposentadoria; todavia, embora pensasse
seriamente em tal hipótese, pelo seu estilo, e pelas inúmeras
atividades, na prática, essa possibilidade era impraticável.
Era só ouvir falar em um bom negócio,
principalmente usina de aço à venda, imediatamente a comprava,
reestruturava toda a organização, inclusive com a modernização
dos equipamentos, no chamado "chão da fábrica", ou seja,
praticamente remodelava todo o fluxo operacional
Os carris das
vias férreas dos Estados Unidos eram inicialmente de ferro. Em
1850, a Companhia Ferroviária da Pensilvânia introduziu uma inovação ao
importar carris de aço da Grã-Bretanha. A invenção do processo Bessemer (Henry
Bessemer- 1813-1898) possibilitou reduzir o custo
sensivelmente.
Por mais paradoxal que possa parecer, Carnegie
inicialmente não acreditava no chamado processo Bessemer, o qual,
sem entrarmos em minúcias, consistia em aplicar jato de ar frio no
ferro fundido para refiná-lo, ou com um pouco mais de detalhamento
técnico, se fundir o "pig iron"
(produto de alto forno, que é ferro no estado natural e normalmente
contem 4.5 % de carbono e impurezas como fósforo, enxofre e silício)
num forno reverbatório e descarbonizá-lo através do fluxo de ar
pela sua superfície. Para evitar que as barras quentes de ferro
expostas às deslocações de ar sofressem descarbonização
Bessemer, introduziu o primeiro convertidor (reservatório aquecido
que contem "pig iron" fundido) e, com este processo, fez
reduzir suficientemente o preço do aço de modo a que este fosse
usado em muito maiores quantidades.
Posteriormente, ao visitar a Europa, principalmente
várias fábricas que adotavam o processo Bessemer, Carnegie mudou
radicalmente de idéia e, ao voltar aos Estados Unidos, passou
a adotar tal técnica, a qual diga-se de passagem, em
1875, a quantidade produzida de aço Bessemer
em Inglaterra era superior a 700.000 toneladas; aço este que era
usado principalmente por estradas de ferro, armamento e construção
naval; também como conseqüência, prevendo que haveria uma enorme
procura de carris por parte das ferrovias nacionais, construiu uma
usina de trilhos de aço.
Em 1865, os
laminadores em geral, fabricavam os seus primeiros carris de aço. A sua
produção aumentou rapidamente; a
distância entre os carris do
Transcontinental foi fixada pelo Congresso de Washington em 4 pés e 8 ½
polegadas (1,4359 m). Essa bitola manteve-se e generalizou-se.
Aplicando a sabedoria popular, com uma pitada de
humor, "COMO NINGUÉM É DE FERRO", Carneei, com o sucesso
alcançado com suas novas aquisições e com os outros
empreendimentos, resolve comemorar com uma viagem ao redor do mundo;
aliando ao prazer natural desse passeio, inclui a leitura de um
volume de Shakespeare, presenteado pela sua mãe.
Na verdade, consta que Shakespeare o entusiasmara
já no tempo de mensageiro, quanto tivera a oportunidade de freqüentar
os bastidores teatrais de Pittsburgh, ouvindo e aprendendo muitas
histórias com os "monstros sagrados" da época, os quais
encenavam as famosas peças; Carnegie praticamente decorou o livro
todo, com a disciplina espartana de se inteirar de uma peça de
Shakespeare todo o dia.
Em 1881, Carnegie viaja novamente à Europa, dessa
vez para cumprir uma velha promessa feita a sua mãe, percorrendo
todo o seu roteiro em uma suntuosa carruagem puxada por quatro
cavalos; o objetivo primordial dessa viagem seria, em grande estilo,
entrar em Dunfermline, conforme suas próprias palavras na infância:
"Algum dia a
levarei de volta à Escócia e irá percorrer a cidade em
sua própria carruagem" |
De volta aos Estados Unidos da
América, Andrew Carnegie irá enfrentar um outro desafio, talvez o
maior e mais delicado deles; com as evidencias apresentadas pelos
seus assessores, os fatos pareciam refletir que a Homestead
Steel Mill tinha sido constituída para lhe causar sérios
transtornos, com reais possibilidades de levar-lhe à falência.
Não considerando aspectos mercadológicos,
econômico-financeiros, analisando o fluxo operacional da Homestead,
a constatação alarmante tinha lá os seus sérios motivos, senão
vejamos: as principais matérias primas, como o carvão e
o ferro, eram extraídos das próprias minas, com um excelente
teor contido, e os calcários, utilizados nas fornalhas, também
retirados das próprias pedreiras.
O transporte das matérias primas para as devidas estocagens
na usina, eram feitos de duas maneiras estratégicas: ou pelos Grandes Lagos,
utilizando-se da frota de vapores , ou pelos quase novecentos quilômetros de
extensão de ferrovia, ambos empreendimentos pertencentes a própria
Homestead; conseqüentemente, o custo das reações das matérias
primas,nos altos fornos, para produzir o aço, era altamente
competitivo.
Como lhe era peculiar, Carnegie trabalhou silenciosamente e,
com um lance de mestre, adquiriu o total controle da Homestead, a qual,
posteriormente, constituiu-se em uma das suas realizações mais lucrativas;
nesse ínterim, porém, apesar de ter estabelecido na usina, um sistema de prêmios
por produção, a companhia foi alvo de uma das mais duras e custosas greves
de toda a história do sindicalismo norte-americano.
The
Homestead Strike
1892
No mesmo ano, organizou a Carnegie Steel
Company Ltda que passou a ser a maior indústria de aço e coque do
mundo.
Para Carnegie, o casamento veio tarde; logo após o
falecimento de sua mãe. Casou-se com a amiga de vários anos,
Louise Whitefield, que foi a esposa ideal do famoso homem de negócios
e, quando veio a aposentadoria, com parcimônia, ajudou a distribuir
parte da imensa fortuna entre as causas mais merecedoras.
Andrew Carnegie and Philanthropy Towards
Libraries
No
Man Becomes Rich Unless He Enriches Others
ABOUT
CARNEGIE CORPORATION
History
of Andrew Carnegie and Carnegie Libraries
James
Watt
by
Andrew
Carnegie
New
York: Doubleday, Page & Company.
May,
1905.
THE
RICHEST MAN IN THE WORLD
(Volte sempre; periodicamente, serão incluídos outros personagens)
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